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2017/ABRIL

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EDITORIAL

Miquel Bassols
Presidente da Associação Mundial de Psicanálise

001---Lisa-Erbin.-EOL.-AMP.-Técnica-Mixta.-Óleo-y-collageA família nos fala. Então nada melhor que fazer da família o tema do próximo ENAPOL, o oitavo dos Encontros organizado pela Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana (FAPOL).  A família, com seus assuntos e seus segredos, seus enredos e seus sintomas, seus encontros e desencontros, e também com suas novas configurações, segue, com efeito, falando-nos do mal-estar do sujeito contemporâneo. Mas o psicanalista não escuta nem trata a família em seu conjunto. Não há psicanálise possível da família senão só de cada um de seus membros tomado em sua singularidade, um por um.

TEXTOS

002---Alejandro-Bilbao.-UBA.--Título--“Sostén”---Acrílico-sobre-telaA criança entre a mulher e a mãe

Jacques-Allain Miller

Escolhido por François Ansermet em uma lista em que eu desdobrava uma variedade diante dele, a partir de uma de suas sugestões, no decurso de uma entrevista, mais uma2 que seu entusiasmo sabe suscitar, o título deste Colóquio justifica-se no Seminário 4 de Lacan, cujo título se destaca na sequência dos ditos seminários, já que, parece-me, é o único a enunciar um conceito, a relação de objeto, retirada de um conjunto de doutrinas dos alunos de Freud, que se pode designar como a “Vulgata pós-freudiana”, e uma expressão que é, de maneira formal, recusada por Lacan, apesar de ele fazer dela o título do Seminário.

RESSONÂNCIAS DAS JORNADAS DAS ESCOLAS DA FAPOL : UM SALDO DE SABER

003---001---Daniela-Teggi.-.-EOL-AMP.-Acrílico-sobre-papel.-Sin-Título.


Efeitos de ensino-IX Jornadas da Nel: 
Violências e Paixões. Seus tratamentos na experiência clínica

Mayra Hanze (NEL-AMP)

A abertura realizada por Angelina Harari encerra-se com uma referência a propósito do habeas corpus* do Rio a Guayaquil, trata-se de uma paixão sem Outro dirá ela nesta ocasião, ao lembrar-nos da “Paixão segundo GH”, da escritora brasileira Clarice Lispector, utilizando uma narrativa que se torna ato, na qual cada palavra está feita com seu corpo.1

Uma manhã GH introduz-se no quarto de Janair, sua empregada recentemente despedida… “Eu ia me defrontar em mim com um grau de vida tão primeiro que estava próximo do inanimado… O quarto era o retrato de um estômago vazio, (…) estava descobrindo com irritação que o quarto não me irritava apenas, eu o detestava, … suas entranhas haviam esturricado…Uma cólera inexplicável,(…)

003---002---Manoel-Motta.-EBP.-AMP.-Variacao-Gidga.


Ressonâncias
do XXI Encontro da EBP – “Adolescência, a idade do desejo” – Um saldo de saber

Lucila Maiorino Darrigo (EBP-AMP)

Gostaria de começar esta reflexão, retomando a ideia de que a Escola é um sujeito e, por isso, o ato de colocar os significantes que a determinam tem valor de interpretação1.

Quando paramos para pensar nas ressonâncias de um Encontro da Escola a partir de um saldo de saber, é inevitável nos voltarmos para o que se pode transmitir num evento que reúne membros e não membros de uma Escola e, portanto, no esforço e na responsabilidade que estão aí concernidos.

Cristina Drummond, num texto preparatório ao Encontro2 , propõe tomar a adolescência como um esforço de enunciação. Um esforço de dizer algo sobre…

003---003---Luis-Salamone.-EOL.-AMP.-Sin-título.-Fotografía.Ressonâncias das XXV  Jornadas da EOL

Celeste Viñal (EOL-AMP)

As XXV jornadas anuais da EOL foram se convertendo, pouco a pouco durante o ano que levou a sua preparação, em um verdadeiro acontecimento que culminou nos dias 28 e 29 de outubro em Buenos Aires.

Desde a escolha de seu título estávamos advertidos dos desafios que o tema nos propunha como comunidade analítica: Hiperconectados nos defrontava com um superlativo   que devíamos dar conta como um significante da época, alheio a nossos conceitos usuais. O sub título “O psicanalista frente aos laços virtuais” nos animava a enfrentar as variações na posição com a qual o analista se coloca frente a seu tempo.

OBSERVATÓRIO  DE TOXICOMANIAS : “PAIS TÓXICOS”

004---001---Alejandra-Koreck.-EOL--AMP.-“Qué-estamos-haciendo-I-“collage-hecho-a-mano,-33-x-21-cm.-2017.Ph--S.Porro.

Famílias Tóxicas

Lilany Pacheco (EBP-AMP)

A família presente nos romances familiares daqueles que se dirigem aos psicanalistas não se construiu somente pelas proximidades sanguíneas ou laços de parentesco, mas através das coisas da linguagem, tanto em sua forma estruturada, quanto nos murmúrios e balbucios dos tempos em que  a lalíngua servia ao pequeno vivente para dizer tudo e nada, ao mesmo tempo.

Em “Uma leitura crítica dos complexos familiares”1, Jacques-Alain Miller esclarece que o ensaio de Lacan, de 1938, publicado originalmente como “A família”, apresenta-nos o jovem psiquiatra, o jovem psicanalista, um Lacan, antes do que veio a ser o seu ensino. Destaca, entretanto, a antecipação de uma tese para a qual ele encontrará recursos, posteriormente, na filosofia estruturalista da qual ele não dispunha naquele momento que é a seguinte: “a dependência é a sujeição ao Outro…

004---002---Mónica-Biaggio.-EOL--AMP.-“Qué-boca-tan-grande-tienes”-Oleo-sobre-tela-100-X-150-cm.-Obra-de-la-muestra-Natural,-de-M.-Biaggio,-del-año-2012,-en-el-Centro-Cultural-Borges.

Pais tóxicos, filhos intoxicados

Elvira Dianno (EOL-AMP)

Atribui-se a Susan Foward, psicóloga norte-americana, a expressão país tóxicos que marca seus best-sellers: “Pais que odeiam” (1989 USA), e “Pais tóxicos: superando o seu legado ferido e reclamando sua vida” (1990 USA). A autora escreveu ainda: “Sogros destrutivos”, “Por que mentem os homens”, “Mães que não podem amar: um guia curativo para filhas”, “Homens que odeiam as mulheres e mulheres que os amam”, entre outros.

Bibliografia de cabeceira de coachers, conselheiros, educadores, reeducadores, pais, psicólogos e psiquiatras da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e da recém criada psicoinmunoneuroendocrinologia, estende a todo tipo de relação chamada patológica o termo codepedente, tomado do glossário  das Comunidades Terapêuticas, (CT) do início dos anos 80.

004---003---Natalia-Ortiz.-NEL---AMP.-Santiago-de-Chile.-“EL-GOCE”,-Fotografía-con-cámara-analógicaO tóxico pai e a resposta freudiana

Carlos Márquez (NEL)

Já para 1948 “Admirável mundo novo”, publicado dezesseis anos antes, era um acontecimento literário. Não é de estranhar que George Orwell fizesse chegar a seu autor, Aldous Huxley, um exemplar de seu romance “1984”, recém publicado. Huxley respondeu-lhe com uma carta como gérmen de uma discussão que apresenta certo interesse para nós, dadas as analogias que se fazem a torto e a direito entre esses romances e nossa atualidade.

A tese forte da carta é que o primeiro filósofo da revolução definitiva é Sade e que Orwell levou a teoria sadiana a sua conclusão lógica. Este estado de coisas é impossível de se sustentar no tempo segundo Huxley, porque seria mais prático para a oligarquia dominante seduzir as massas atravésdo prazer e condicioná-las a amar a vida que levam. A tese encontrará um eco em “Regresso ao admirável mundo novo” em 1958

REDES – (RUA, IUFI E RPA) PASSOS DADOS E AVANÇOS

005---001---Mónica-Biaggio.-EOL--AMP.-Título--De-flor-en-flor.-Óleo-sobre-tela-120-cm-x-90-cm.-2011.-De-la-exposición-Natural-realizada-en-el-Centro-Cultural-Borges

Psicanálise e Universidade… ainda

Sérgio Laia (EBP-AMP)

A criação da Rede Universitária Americana (RUA) no âmbito da Fundação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana (FAPOL) convida-nos a renovar as conexões e disjunções entre Psicanálise e Universidade. Afinal, se nos pautarmos por dados biográficos de Freud e mesmo pelo que nos lega, por exemplo, no texto “Contribuição à história do movimento psicanalítico”2, constatamos que, apesar de alguma expectativa inicial, ele próprio, por um lado, não encontrou um grande lugar na carreira…

005---002---Gerardo-Arenas.-EOL--AMP.--Sin-título.-Fotografía

I.U.F.I e a cartelização no século XXI: 4 letras mais um desejo

Fernanda Otoni-Brisset (EBP-AMP)

Ram MANDIL, conselheiro da AMP, convidou-me a refletir a respeito dos “efeitos sobre os cartéis das mutações dos laços sociais que se produzem no mundo”. A essa provocação reuni o convite feito por Flory KRUGER, Rômulo SILVA e Nohemí BROWN e me lancei numa leitura cruzada entre tais efeitos e a atualidade da proposta de cartelização à I.U.F.I. – Iniciativa Universitária de Formação e Investigação, considerando a paisagem da EBP.

005---003---Juana-Lichtensztajn.-EOL-AMP.-“Dar-la-vuelta”.-Escultura-Alabastro-gris.Rede de Psicanálise Aplicada

Aliana Santana (NEL-AMP)

Quais foram os avanços da Rede de Psicanálise Aplicada até hoje?

A Rede de Psicanálise Aplicada – RPA –, como projeto, foi criada pelo bureau da FAPOL no ano passado – 2016 – e está constituída pelas três Escolas da AMP na América (EOL, EBP, NEL), segundo foi informado no Boletim FAPOL Today, já no 6º número, e na revista digital Lacan XXI, já no 3º número. Três responsáveis – um deles, pela Escola – assumiram o compromisso de realizar o que se espera deste novo projeto: Ricardo Seldes (EOL), Marcelo Veras (EBP) e Aliana Santana (NEL).

COMENTÁRIOS DE UMA FRASE OU PARÁGRAFO DOS ESCRITOS DE JACQUES LACAN

006---001---Gerardo-Arenas.-EOL--AMP.-Sin-título.-Fotografía.

Vislumbre do passe em Escritos

Jésus Santiago (EBP)

Do meu ponto de vista, no horizonte de Escritos, de Jacques Lacan, aloja-se o psicanalista – ou seja, a questão da passagem de analisante a psicanalista. Para essa postulação, baseio-me, em primeiro lugar, no fato de que, no conjunto dos textos que compõem a obra, não se apresentam casos clínicos propriamente ditos, como ocorre, com frequência, na obra de Freud.

006---002---Paula-Husni.-EOL---AMP

O sentido e o furo

Ronald Portillo (NEL)

A noção de Outro barrado, como significante da falta no tesouro dos significantes, formulado por primeira vez em “Subversão do sujeito e dialética do desejo”, traria consequências transcendentes em diversos aspectos da conceitualização psicanalítica formulada por Jacques Lacan, em particular concernente ao tema da interpretação em psicanálise.

006---003---Paula-Husni.-EOL--AMP.-“De-plantas,-flores-y-otras-hierbas”.-Fotografía.-Invernadero-Santa-Teresa.-Rocha.-Uruguay.A partir do umbral

Alejandra Eidelberg (EOL-AMP)

Assim conclui Lacan a “Abertura dessa coletânea” redigida em 1966 para cumprir a função de prólogo ou prefácio autoral a seus Escritos.

O prólogo é um elemento paratextual definido por Gerard Genette (2001) como um umbral que oferece a possibilidade de entrar em um livro ou de abandoná-lo. Zona sem limite preciso entre o dentro e o fora se constitui como lugar de uma estratégia pragmática para incidir sobre o leitor e sua leitura. Uma das fontes de Genette é Jorge Luis Borges (2007), quem supôs dar ao prólogo uma autonomia com a qual o distinguiu da mera introdução, emancipando-o como gênero discursivo capaz de expandir a obra prologada.

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