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2017/outubro

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EDITORIAL

Rômulo Ferreira da Silva – EBP – AMP

001---EDITORIALCom muito gosto apresento a vocês o quarto número da REVISTA LACAN XXI!

Esse número me alegra de forma especial porque nele vocês poderão encontrar notícias do que ocorreu em Buenos Aires há pouco mais de um mês, e também, textos que nos preparam para o XI Congresso da AMP, que ocorrerá em abril de 2018, em Barcelona.

Começamos com um texto de Anna Aromí e Xavier Esqué.

Eles nos apresentam um panorama atualizado do tema do nosso Congresso: “Cada vez mais o campo do ordinário cresce e a exigência diagnóstica muda de acento”. Abordam essa exigência apontando…

002O campo ordinário

Anna Aromí e Xavier Esqué – AMP

A psicose extraordinária está cada vez mais rara nos consultórios dos analistas. É fato. A neurose comprovando-se para si mesma também já não é tão frequente como era. Pouco a pouco, o campo do ordinário vai crescendo e a exigência diagnóstica também muda de tom.

Textos de orientação sobre o tema das Psicoses Ordinárias

003.1

 

A psicose ordinária

Éric Laurent – ECF – AMP

Transcrição de uma entrevista realizada por Jacques Munier a Eric Laurent. J. Munier, um interlocutor informado e advertido da encruzilhada em que se encontra a psicanálise diante da reconfiguração atual do campo clínico, permite a E. Laurent expor as linhas de força que estruturam o referido campo e, a partir daí delinear com clareza os desafios com os quais deve se confrontar a psicanálise. Um tom reflexivo e com conhecimento do caminho percorrido pela psicanálise no século passado em pontos cruciais da clínica com a psicose, acompanha a análise de E. Laurent dos efeitos na clínica do declínio da autoridade e o que pode esperar da psicanálise sujeitos que não contam com os recursos do Nome-do-Pai  para dar um  sentido a sua experiência subjetiva.

 

003.2

 

“Esses loucos normais…”

Graciela Brodsky – EOL – AMP

A pedido de Jacques-Alain Miller, M.-H. Brousse organizou em julho de 2008 um seminário anglófono sob o lema de “A psicose ordinária”. Nesse momento haviam passado dez anos desde que a expressão “psicose ordinária” fora pronunciada pela primeira vez no decorrer da Convenção de Antibes1.

Em abril de 2018, quando se realizará o XI Congresso da Associação Mundial de Psicanálise que tem como título “As psicoses ordinárias e as outras, sob transferência”, terão passado vinte anos durante os quais a referência à psicose ordinária reordenou a clínica e reorientou a prática da psicanálise entre aqueles que, dentro do Campo Freudiano, orientam-se pelo ensino de Lacan.

 

Observatórios – O que os Observatórios da FAPOL preparam para o XI Congresso da AMP

004.1As loucuras violentas e o feminino

Observatório da EBP – A violência e as Mulheres na América Latina

Ondina Machado, Cristina Drummond, Patrícia Badari, Heloisa Caldas – EBP -AMP 

Para a psicanálise a violência que envolve mulheres não pode ser reduzida à chamada violência de gênero, uma vez que a sexuação depende da forma como cada sujeito experimenta em seu corpo uma divisão entre um gozo reconhecido e um gozo Outro, rejeitado ou desconhecido. Essa divisão – traçada nas tênues bordas que permitem ao sujeito assumir, ou não, que ‘tem’ um corpo assim como se virar com ele…

004.3

Beleza feminina: paixões e violências

O caso dos rostos profanados

Beatriz García Moreno – NEL- AMP

Pode-se afirmar que a beleza relacionada com o feminino pode-se converter em um ideal a se possuir que incita não somente o desejo, mas também as violências que se enquadram dentro da ampla gama de crimes contra a mulher, que têm se manifestado nos últimos tempos. É o caso das mulheres cujos rostos foram queimados com ácido, prática frequente em países como a Índia e o Paquistão, e que, nos últimos anos, fez-se presente também na Colômbia, primeiro ligado à guerra, porém agora em tempos de queda do Nome-do-Pai, como parte da lista cotidiana de crimes contra a mulher. Nos testemunhos das mulheres agredidas e dos agressores ao serem interrogados pelo fato, é comentado…

004.2

A violência e as mulheres na América Latina

Violência de gênero: uma investigação psicanalítica

Jorge Chamorro – EOL – AMP

A lógica psicanalítica nos confronta inexoravelmente com uma questão sobre as categorias gerais que instalam a ideologia encarnada na violência de gênero, e que tem suas origens no movimento feminista. Esta lógica baseia-se na particularidade de cada sujeito e aponta para a captura da singularidade de cada um. Tal ideologia estabelece categorias gerais que encobrem toda a singularidade. Isso coincide neste ponto com o que Robert Musil, denomina o homem sem atributos. A Legislação orientada por esta ideologia naturalmente responderá a ela, arrastando as mesmas fraquezas, preconceitos e desconhecimentos. Em particular, alojando o problema no homem e constituindo a mulher vítima natural…

REDES – (IUFI, RPA, e RUA)

RESULTADOS RECOLHIDOS DAS REUNIÕES DO VIII ENAPOL EM BUENOS AIRES

005.0

Encontro da Rede IUFI:

“Contribuições para a formação e investigação na Universidade a partir da Orientação Lacaniana”.

Gastón Cottino – EOL – AMP

O primeiro  Encontro  rede IUFI foi denominado “Contribuições para a formação e investigação na Universidade a partir da Orientação Lacaniana”.

A apresentação enfatizou a relevância da rede constituída por colegas ligados à FAPOL e as Escolas em diferentes Universidades da América Latina. Além disso, a Universidade é uma instituição de grande valor social, cultural, econômico e político. Daí a ênfase no caráter democrático e da potencialidade de nossa rede.

005.1

Encontro da Rede IUFI:

“Contribuições para formação e pesquisa na Universidade a partir da Orientação Lacaniana: como a psicanálise contribui para o ensino e a pesquisa na Universidade?

María Victoria Clavijo NEL- AMP

O primeiro encontro da rede IUFI foi realizado na EOL em 13 de setembro de 2017. Organizado em duas mesas, foram apresentados trabalhos livres de cartelizantes na primeira, e trabalhos da Rede na segunda. As mesas foram coordenadas por Gastón Cottino (Arg.) e Nohemí Brown (Br.).

005.2

RPA – Rede de psicanálise aplicada

“Tudo por fazer”

Ricardo Seldes – EOL – AMP

… Hoje, está prestes a enraizar-se na psicanálise uma rotina de uso, como Lacan  expressou que faz com que o efeito terapêutico seja o começo e o fim da disciplina, e inclusive sua justificativa. (…) dar esse caráter central à ação terapêutica nada mais é do que ceder ao que o mundo exige da psicanálise para seu próprio fim, para seus fins utilitários, para seus objetivos de governo. Caso contrário, estaríamos cedendo, abrindo as portas da cidadela psicanalítica e deixando que esse preconceito se espalhe por ela. O preconceito terapêutico é o cavalo de Tróia através do qual o discurso que prevalece no mundo entra no que denominamos de cidadela analítica, na Escola Analítica, no Campo Freudiano. Acreditamos que saímos do nosso meio, quando na verdade deixamos nosso meio lá fora. Nós não saímos, deixamos entrar. Além disso, o cavalo de Tróia é a figura mítica do presente envenenado.” (J-A Miller – Página 16 de Sutilezas analíticas)

005.3

RUA – Rede Universitária da América

Lúcia Grossi dos Santos EBP-AMP

As duas mesas dedicadas aos trabalhos da Rede Universitária da América aconteceram na quarta-feira dia 13 de setembro em Buenos Aires.

Tivemos uma primeira mesa cujo tema foi “O ensino da psicanálise na Universidade”, composta por Nieves Soria (EOL), Claudia Henschel de Lima (EBP) e Suzana Strozzi (NEL).A coordenação da mesa foi de Fabián Schejtman.

Os colegas da EOL e da NEL trabalharam em suas intervenções as possibilidades de transmissão, os efeitos de divisão dos sujeitos pelo discurso analítico, a questão do saber suposto e do saber exposto na universidade.

Nossa colega Claudia, do Rio de Janeiro, deu um tom mais político à sua intervenção, focando o caso Brasil, ou seja, a história da psicanálise na Universidade Brasileira…

Ressonâncias das Escolas da FAPOL

006.1

O que a família ensina.

Clara Maria Holguin – NEL- AMP

A família é uma solução, cada época inventa seus recursos. O assunto de família é o não familiar.

As conversações e intervenções apresentadas no ENAPOL mostraram a diversidade necessária para se aproximar do “assunto”. As soluções enfrentam o real do gozo do Outro.

A posição do analista, para estar a altura da época, mais do que pronunciar-se contra ou a favor de soluções, deve interpretar o real que o discurso lhe ensina para localizar ali o singular. Tal como demonstra a experiência não se trata só de como a família fala, mas de como se é falado por ela. “Em toda a linguagem familiar, se fala a língua bárbara do gozo”, sendo o sintoma como formação, a sua condição de expressão.

006.2

Que saldo de saber me deixou o VIII Enapol?

Gustavo Stiglitz – EOL- AMP

Em primeiro lugar, que o campo freudiano tem um ar de família e de uma família muito ativa. Tem ar de família porque, embora aloje colegas conhecidos, temas conhecidos, leituras conhecidas, é também o campo em que nós psicanalistas encontramos as contingências da vida na comunidade analítica com o que nunca terminamos de tratar. Como em uma família.

006.3

Toques de ressonâncias do VIII ENAPOL sobre a EBP

Fernando Coutinho Barros – EBP – AMP

Para todos nós do Campo freudiano, o VIII ENAPOL foi bem além de ser mais um de uma série que já se faz esperada não somente pelos membros da EBP,  seus aderentes e correspondentes, mas também pelos alunos dos nossos institutos e pelo grande número de colegas de outras instituições psicanalíticas, que embora não tendo uma inscrição oficial em nosso Campo…

Comentários de uma frase ou parágrafo dos Escritos ou Outros escritos de Lacan

007.1

O que ressoa entre escritos

Heloisa Prado Rodrigues da Silva Telles – EBP – AMP

Alguns textos de Lacan, especialmente os datados de 1967, apresentados em Outros Escritos, podem ser tomados como uma série, não somente por estarem atravessados por temas comuns, mas, sobretudo, por permitirem uma leitura da posição de Lacan no que diz respeito a suas proposições para o analista e sua Escola e à psicanálise frente à civilização. Entrever isto provocou um entusiasmo em empreender uma leitura destes textos visando localizar e ampliar…

007.2

Situação da psicanálise e formação do psicanalista em 1956

Diana Wolodarsky – EOL – EOL – AMP

“[…] queremos dizer com isso que a explicação deve ser buscada na situação da psicanálise mais do que na situação dos psicanalistas. Pois se podemos definir, de forma irônica, a psicanálise como o tratamento que se espera de um psicanalista, é, no entanto, certamente o primeiro quem decide da qualidade do segundo.”

Ainda que o texto seja datado do ano de 1956, sua vigência é indiscutível.