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Rede de Psicanálise Aplicada


lacan21 - 10 de abril de 2017 - 0 comments

Aliana Santana (NEL-AMP)

Quais foram os avanços da Rede de Psicanálise Aplicada até hoje?

A Rede de Psicanálise Aplicada – RPA –, como projeto, foi criada pelo bureau da FAPOL no ano passado – 2016 – e está constituída pelas três Escolas da AMP na América (EOL, EBP, NEL), segundo foi informado no Boletim FAPOL Today, já no 6º número, e na revista digital Lacan XXI, já no 3º número. Três responsáveis – um deles, pela Escola – assumiram o compromisso de realizar o que se espera deste novo projeto: Ricardo Seldes (EOL), Marcelo Veras (EBP) e Aliana Santana (NEL).

O que esperar deste novo projeto?

Em um primeiro momento estabelecer uma rede.

Parece importante nos questionarmos sobre qual tipo de rede somos convocados a construir, idealizar ou criar. Por qual das acepções da palavra “rede” encontradas no dicionário nos deixaremos orientar?

Trata-se, por acaso, de uma rede de muitos elementos organizados para um determinado fim? Ou de um conjunto de computadores e equipamentos eletrônicos interconectados para compartilhar informações? Ou, então, de um instrumento feito de fios, cordas ou arames trabalhados em forma de malha convenientemente utilizado para pescar, caçar, sustentar, etc.?

Preferimos pensar esta rede como uma topologia de rede. Uma topologia que nos leva a criar considerando que nela participaremos muitos dos membros associados às três Escolas na América: EOL, na Argentina, EBP, no Brasil, e NEL, em dezoito cidades de oito países do continente (Bolívia, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, Guatemala, Peru e Venezuela).

Uma topologia de rede física e lógica que permita a conexão contínua, sem cortes ou rupturas, de todos os membros e associados (aderentes) que realizam sua prática em lugares assistenciais, públicos ou privados, hospitais, centros de saúde, centros de atendimento psicanalítico, centros universitários de atendimento à comunidade estudantil, instituições escolares, ou onde se prestam serviços de atendimento Psi a pessoas envolvidas em situações de caráter judicial. Uma topologia de rede que nos permitirá criar um formato para cada uma das nossas três Escolas.

Continuidade na conexão: para que?       

Há muitos membros e associados das nossas três Escolas que realizam sua prática em locais e instituições, como as citadas anteriormente. Os efeitos resultantes da ação de um psicanalista de orientação lacaniana em cada um desses âmbitos precisam ser reunidos para ocupar o lugar merecido em nossas Escolas.

Lacan distinguia a psicanálise pura da aplicada, e dispôs esta distinção no centro da Escola. Consideramos muito importante retomar este debate e verter seus resultados em nossas Escolas. Jacques-Alain Miller nos apresentou uma nova compreensão a partir de 2003 quando, ele próprio, enfatizou a psicanálise aplicada.

Poder-se-ia dizer que, ao utilizar as características da topologia, a formação do analista passa por momentos de dobramento, alongamento, torção e encolhimento; porém, sem romper ou segmentar o que está unido nem colar o que está separado.

Sendo assim, onde quer que o analista praticante, em formação, realize sua prática com pacientes e a faça seguindo os princípios da psicanálise, da sua doutrina e sua ética será necessário reunir essas experiências para resgatar nelas a especificidade da psicanálise de orientação lacaniana  (pura ou aplicada) diferenciando-as das práticas psicoterapêuticas que a cada dia se reproduzem mais e mais no ecletismo próprio da saúde mental, das reformas psiquiátricas e dos ideais de reabilitação psicossocial.

Como começar a identificar a topologia desta rede de psicanálise aplicada nas Escolas da América?

Cada uma das três Escolas começou o estudo da informação que a permitirá elaborar uma base de dados com os nomes dos membros e associados que atualmente realizam sua prática fora dos consultórios particulares, também as cidades e os países onde atuam, seus títulos profissionais, as funções ou os cargos que desempenham nas instituições em que trabalham e o tempo de permanência nas mesmas.

Este estudo será realizado ao longo do primeiro trimestre de 2017 e, portanto, cada responsável pelo projeto RPA nas três Escolas, formou uma equipe de trabalho que reunirá o material contido na base de dados para a subseqüente construção da rede.

A equipe de trabalho da RPA-EOL está constituída por: Gabriela Camaly, Celeste Viñal, Patrício Alvarez e Ricardo Seldes (Responsável).

A equipe de trabalho da RPA-EBP está formada por: Paula Borsói, Glória Maron, Marcus André Vieira e Marcelo Veras (Responsável).

A equipe de trabalho da RPA-NEL está composta por: Diana Ortiz (NEL- Caracas) e Rosa Lagos (NEL- Santiago do Chile) e Aliana Santana (NEL- Cidade do México).

Esperamos definir a estratégia de trabalho da Rede e enumerar os obstáculos que se encontrem no caminho durante o segundo e o terceiro trimestre deste ano. Está programada uma conversa entre todos os membros e associados que fazem parte da Rede e que estarão presentes na semana lacaniana, em setembro, no marco do VIII ENAPOL, em Buenos Aires.

Por fim, está em fase de produção o trabalho solicitado: inventar, projetar, construir e fazer entrar em atividade a Rede de Psicanálise Aplicada nas três Escolas da América.

Tradução: Lenita Bentes