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2016 Volume 2


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A gratuidade do Witz

Alejandra Koreck. Beckett,” Cómo decir” Leonardo Gorostiza Talvez como uma consequência inerente ao fato de que "ensinar Lacan" necessariamente implica "introduzir descontinuidades, distinguir momentos, períodos, paradigmas"(1), fazendo esquecer que esses momentos em realidade se mantém juntos, porque o seminário de Lacan "prosseguiu durante trinta anos sem rupturas, transformando-se em uma espécie de deformação topológica contínua"(2). Uma leitura não advertida pode, às vezes, induzir a ideia de que o "primeiro Lacan" havia concebido a interpretação analítica como fornecedora de sentido. Muito longe disso, já no incio de seu ensino(3), Lacan indicava de que maneira o analista poderia jogar com o poder...

lacan21 25 de outubro de 2016

Um esforço em ser mais lacaniano

Amanda Dupont. “Marcattisimo”. Acrílico Clara Holguin “Por isso mesmo, as outras duas paixões são as que se chamam amor – que nada tem a ver, com o elucubrado pela filosofia, com o saber – e o ódio, que é justo o que mais se aproxima do ser que chamo ex-sistir. Nada concentra mais ódio que esse dizer onde se situa a ex-sistência” (1). Esta citação que extraio do Seminário Mais, ainda, nos coloca na via de indagar, a lógica da paixão no ódio. Lacan propõe as paixões como a via para nos aproximar dessa zona da experiência subjetiva, que é...

lacan21 25 de outubro de 2016

"Orientação lacaniana", a subsistência de um ensino

Amanda Dupont. “De las horas circulares”. Acrílico Carlos Augusto Nicéas          "Urgente, em todo caso, nos parece a tarefa de trazer à luz em noções que se amortecem num uso de rotina, o sentido que elas reencontram tanto num retorno sobre sua história, quanto numa reflexão sobre seus fundamentos subjetivos. Está aí, sem dúvida, a função de quem ensina, de onde todas as outras dependem e onde melhor se   inscreve o preço da experiência" O uso rotineiro das noções as amortece, Lacan nos advertiu em seus Escritos. E, antes que a morte atingisse um pensamento, o de Freud, onde "cada...

lacan21 25 de outubro de 2016

Enredos de família… seus assuntos na prática

Alejandra Koreck. "Pizarnik, como un poema enterado del silencio de las cosas..." Viviana Mozzi Este cabeçalho não é um equívoco. Está bem claro para mim que o próximo ENAPOL, que nos espera em Buenos Aires, no próximo ano, nos convoca sob o título: “ASSUNTOS DE FAMÍLIA: seus enredos na prática”. No entanto, é possível relacionar e intercambiar seus termos seguindo suas etimologias. Assunto: argumento / matéria da qual se trata / relação amorosa mais ou menos secreta / caso / acontecimento notório ou escandaloso. Enredo: emaranhado de fios ou coisas flexíveis / engano / mentira que ocasiona distúrbios / falta...

lacan21 25 de outubro de 2016

“Segredos de família”

Amanda Dupont. “No sé”. Oleo Por Renato Andrade - NEL Em nosso tempo o privado tornou-se público. As fotos, o vídeos, os áudios que circulam pela televisão ou pelas redes sociais, a atividade que fica registrada em nossos dispositivos tecnológicos ou a falta de pudor com que se abordam os outrora temas íntimos, nos podem fazer crer que já não há mais lugar para os “segredos”. Todavia, dada à relação que cada sujeito tem com seu gozo, verificamos que há temas encobertos pela vergonha e pelo sentimento de culpa que produzem, e que esse empuxo a mostrar tudo tem seus limites....

lacan21 25 de outubro de 2016

As ficções de família e o gozo órfão

Natalia Monserrat. Proyecto “Aclarescar”. Fotografía experimental. Maria Josefina Sota Fuentes Desde os primórdios da psicanálise, os assuntos de família tomaram conta da cena analítica a ponto de Freud fazer do mito de Édipo um complexo universal instaurado no cerne do desejo humano, berço do trauma e dos laços libidinais onde se jogam as forças antagônicas inconscientes dos sintomas e inibições, fixando os modos de satisfação da pulsão e a trama de um destino. Nesse terreno, onde a castração também joga sua partida, edificam-se as identificações sexuais assegurando formas de socialização baseadas nos semblantes da autoridade patriarcal, que já se encontrava,...

lacan21 25 de outubro de 2016

Meninas modelo- modelo: o fora da série no século XXI

Natalia Monserrat. Proyecto “Aclarescar”. Fotografía experimental. Alejandra Glaze Nosso próximo ENAPOL é uma excelente oportunidade para trabalhar sobre o modo em que os sujeitos se enredam e desenredam-se nos assuntos de família no século XXI, entre a causalidade significante e o encontro com o real. Quer dizer, pela identificação imaginária e sua falta, essa irrupção de gozo que erige o destino do sujeito. Ou seja, de que maneira o caldeirão pulsional arma a sua montagem a partir de uma estrutura de linguagem, com o paradoxo que isso significa. Mas vamos por partes. Há uma diferença radical entre o traço unário...

lacan21 25 de outubro de 2016

A cartelização IUFI, vale de paixões

Sergio de Campos. Gráfico do desejo. II Gerardo Arenas Dizer que a orientação lacaniana é apaixonante não constitui juízo de valor, mas a constatação de um fato, pois a estrutura do laço que ela estabelece entre os analistas e a direção que imprime nas análises formam um nó com a ética do respeito pelo singular; e o singular é o nome genérico da paixão em que consiste, para cada um, o núcleo do seu ser. Por outro lado, esse caráter apaixonante pode se contagiar por canais tal como a análise do analista, a supervisão de sua experiência, o passe acolhido...

lacan21 25 de outubro de 2016

Por quê uma Rede de Psicanálise Aplicada?

Alejandro Bilbao. “Mi mundo”. Acrílico sobre tela. Marcelo Veras O Bureau da FAPOL criou recentemente a RPA, Rede de Psicanálise Aplicada. Para desenvolver esse projeto, o Bureau convidou um membro de cada Escola da FAPOL para traçar as premissas básicas de suas ações. Assim, Ricardo Seldes (EOL), Aliana Santana (NEL) e eu mesmo, Marcelo Veras (EBP), nos pusemos ao trabalho de desenhar um primeiro esboço de ação. E quais são essas premissas? A contemporaneidade impõe novas situações e exige novas respostas da psicanálise e da Saúde Mental. Nesse sentido, é importante que a AMP examine como esses dois campos se...

lacan21 25 de outubro de 2016

O olhar da NEL sobre a infância medicalizada.

Nicolás Bertora. Lápiz- historieta. Maestría en Clínica Psicoanalítica. ICdeBA- Unsam. Observatório #3 A Infância Medicalizada Aliana Santana   Um breve olhar sobre o caminho percorrido desde que foi constituído o Observatório #3 da FAPOL sobre a Infância Medicalizada em abril de 2014, do qual a NEL faz parte. Sendo a NEL uma Escola com estrutura federativa e um funcionamento múltiplo derivado das características de cada uma de suas dez Sedes, seis Delegações, dois Grupos Associados e uma nova Sede em plena formação, localizadas geograficamente em dez países do continente Americano, se decide em um primeiro momento, considerando as líneas de...

lacan21 25 de outubro de 2016

Famulus

Amanda Dupont. “Pensamiento y color" - Acrílico Miquel Bassols  O próximo VIII ENAPOL nos convida a trabalhar com o tema: “Assuntos de família – seus enredos na prática”. A novela familiar está presente, de fato, desde o início da prática da psicanálise e também no discurso do sujeito contemporâneo; porém, o “assunto” se modificou substancialmente. É que a atualidade das transformações da família propõe novas questões que só podem ser abordadas além da estrutura clássica do Édipo e das suas formas patriarcais. Entretanto, o sujeito continua sendo igualmente servo da família e do seu discurso: “Pensamos que decidimos o que...

lacan21 25 de outubro de 2016

Assuntos de família: o Outro em Um

VerHalle 1986 - Óleo sobre tela - 170x170 (Primer Premio Salón Nacional de Santa Fe, 1986) Ernesto Sinatra - EOL AMP ENAPOL VIII Presidente Família é um nome muito generoso, pois denota conglomerados muito heterogêneos que tem resistido com o passar do tempo; desde o tradicional agrupamento de origem latina definido pelo parentesco em torno de relações de filiação e de casal entre os seres humanos, até as formações taxonômicas que determinam sistemas de relações entre elementos. De nossa parte, nos dedicamos desde a prática da psicanálise aos problemas - e soluções - que apresentam e oferecem à subjetividade os assuntos...

lacan21 25 de outubro de 2016

Editorial - 2016 - Volume 2

  Monica Biaggio. “Quisiera ser un cisne”. Eol- AMP Flory Kruger O número um de uma publicação aborda uma necessidade. O número dois, sobre a necessidade da sua persistência. Não se trata apenas de uma continuidade previsível; dois é muito mais do que o dobro de um, e mais do que a série lógica dos números. O diálogo do um que se dirige a outros encontra-se na série com o dois e promete mais seqüência, freqüência do contato, acúmulo e intensificação. Por isso, à celebração do primeiro exemplar se soma à do segundo que, mais do que somar, potencia. A...

lacan21 25 de outubro de 2016