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2017 Volume 1


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Editorial Lacan XXI nº3

Miquel Bassols Presidente da Associação Mundial de Psicanálise Lisa Erbin. EOL. AMP. Técnica Mixta. Óleo y collage. A família nos fala. Então nada melhor que fazer da família o tema do próximo ENAPOL, o oitavo dos Encontros organizado pela Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana (FAPOL).  A família, com seus assuntos e seus segredos, seus enredos e seus sintomas, seus encontros e desencontros, e também com suas novas configurações, segue, com efeito, falando-nos do mal-estar do sujeito contemporâneo. Mas o psicanalista não escuta nem trata a família em seu conjunto. Não há psicanálise possível da família senão só de...

lacan21 10 de abril de 2017

A criança entre a mulher e a mãe1*

JACQUES-ALAIN MILLER Alejandro Bilbao. UBA. “Sostén”. Acrílico sobre tela. Escolhido por François Ansermet em uma lista em que eu desdobrava uma variedade diante dele, a partir de uma de suas sugestões, no decurso de uma entrevista, mais uma2 que seu entusiasmo sabe suscitar, o título deste Colóquio justifica-se no Seminário 4 de Lacan, cujo título se destaca na sequência dos ditos seminários, já que, parece-me, é o único a enunciar um conceito, a relação de objeto, retirada de um conjunto de doutrinas dos alunos de Freud, que se pode designar como a “Vulgata pós-freudiana”, e uma expressão que é, de...

lacan21 10 de abril de 2017

Efeitos de ensino-IX Jornadas da Nel: Violências e Paixões. Seus tratamentos na experiência clínica

Mayra Hanze (NEL-AMP) Daniela Teggi. EOL AMP. Acrílico sobre papel. Sin Título. A abertura realizada por Angelina Harari encerra-se com uma referência a propósito do habeas corpus* do Rio a Guayaquil, trata-se de uma paixão sem Outro dirá ela nesta ocasião, ao lembrar-nos da “Paixão segundo GH”, da escritora brasileira Clarice Lispector, utilizando uma narrativa que se torna ato, na qual cada palavra está feita com seu corpo.1 Uma manhã GH introduz-se no quarto de Janair, sua empregada recentemente despedida… “Eu ia me defrontar em mim com um grau de vida tão primeiro que estava próximo do inanimado… O quarto...

lacan21 10 de abril de 2017

Ressonâncias do XXI Encontro da EBP  - “Adolescência, a idade do desejo”: Um saldo de saber

Lucila Maiorino Darrigo (EBP-AMP) Manoel Motta. EBP. AMP. Variação Gidga. Gostaria de começar esta reflexão, retomando a ideia de que a Escola é um sujeito e, por isso, o ato de colocar os significantes que a determinam tem valor de interpretação1. Quando paramos para pensar nas ressonâncias de um Encontro da Escola a partir de um saldo de saber, é inevitável nos voltarmos para o que se pode transmitir num evento que reúne membros e não membros de uma Escola e, portanto, no esforço e na responsabilidade que estão aí concernidos. Cristina Drummond, num texto preparatório ao Encontro2 , propõe...

lacan21 10 de abril de 2017

Ressonâncias das XXV  Jornadas da EOL

Celeste Viñal (EOL-AMP) Manoel Motta. EBP. AMP. Variação Gidga. As XXV jornadas anuais da EOL foram se convertendo, pouco a pouco durante o ano que levou a sua preparação, em um verdadeiro acontecimento que culminou nos dias 28 e 29 de outubro em Buenos Aires. Desde a escolha de seu título estávamos advertidos dos desafios que o tema nos propunha como comunidade analítica: Hiperconectados nos defrontava com um superlativo   que devíamos dar conta como um significante da época, alheio a nossos conceitos usuais. O sub título “O psicanalista frente aos laços virtuais” nos animava a enfrentar as variações na...

lacan21 10 de abril de 2017

Famílias Tóxicas

Lilany Pacheco (EBP-AMP) Assuntos de família em psicanálise A família presente nos romances familiares daqueles que se dirigem aos psicanalistas não se construiu somente pelas proximidades sanguíneas ou laços de parentesco, mas através das coisas da linguagem, tanto em sua forma estruturada, quanto nos murmúrios e balbucios dos tempos em que  a lalíngua servia ao pequeno vivente para dizer tudo e nada, ao mesmo tempo. Em “Uma leitura crítica dos complexos familiares”1, Jacques-Alain Miller esclarece que o ensaio de Lacan, de 1938, publicado originalmente como “A família”, apresenta-nos o jovem psiquiatra, o jovem psicanalista, um Lacan, antes do que veio...

lacan21 10 de abril de 2017

Pais tóxicos, filhos intoxicados

Elvira Dianno (EOL-AMP) Falar a língua do Outro, sim, mas para dizer o que o Outro não quer escutar. Jacques-Alain Miller1 Atribui-se a Susan Foward, psicóloga norte-americana, a expressão país tóxicos que marca seus best-sellers: “Pais que odeiam” (1989 USA), e “Pais tóxicos: superando o seu legado ferido e reclamando sua vida” (1990 USA). A autora escreveu ainda: “Sogros destrutivos”, “Por que mentem os homens”, “Mães que não podem amar: um guia curativo para filhas”, “Homens que odeiam as mulheres e mulheres que os amam”, entre outros. Bibliografia de cabeceira de coachers, conselheiros, educadores, reeducadores, pais, psicólogos e psiquiatras da...

lacan21 10 de abril de 2017

O tóxico pai e a resposta freudiana

Carlos Márquez (NEL) Já para 1948 “Admirável mundo novo”, publicado dezesseis anos antes, era um acontecimento literário. Não é de estranhar que George Orwell fizesse chegar a seu autor, Aldous Huxley, um exemplar de seu romance “1984”, recém publicado. Huxley respondeu-lhe com uma carta como gérmen de uma discussão que apresenta certo interesse para nós, dadas as analogias que se fazem a torto e a direito entre esses romances e nossa atualidade. A tese forte da carta é que o primeiro filósofo da revolução definitiva é Sade e que Orwell levou a teoria sadiana a sua conclusão lógica. Este estado...

lacan21 10 de abril de 2017

Psicanálise e Universidade... ainda

Sérgio Laia1* (EBP-AMP)   A criação da Rede Universitária Americana (RUA) no âmbito da Fundação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana (FAPOL) convida-nos a renovar as conexões e disjunções entre Psicanálise e Universidade. Afinal, se nos pautarmos por dados biográficos de Freud e mesmo pelo que nos lega, por exemplo, no texto “Contribuição à história do movimento psicanalítico”2, constatamos que, apesar de alguma expectativa inicial, ele próprio, por um lado, não encontrou um grande lugar na carreira universitária. Por outro lado, no Novo Mundo, a acolhida da psicanálise aconteceu, a princípio, no ambiente universitário norte-americano3. Sem dúvida, sabemos que foi...

lacan21 10 de abril de 2017

I.U.F.I e a cartelização no século XXI: 4 letras mais um desejo

Fernanda Otoni-Brisset (EBP-AMP) Ram MANDIL, conselheiro da AMP, convidou-me a refletir a respeito dos “efeitos sobre os cartéis das mutações dos laços sociais que se produzem no mundo”. A essa provocação reuni o convite feito por Flory KRUGER, Rômulo SILVA e Nohemí BROWN e me lancei numa leitura cruzada entre tais efeitos e a atualidade da proposta de cartelização à I.U.F.I. – Iniciativa Universitária de Formação e Investigação, considerando a paisagem da EBP. A descrença no carisma e o entusiasmo com os cartéis Segundo LUTTERBACH (1996), “quando Lacan busca estabelecer algo novo no funcionamento da Escola (Proposição-1967), propõe dispositivos ou...

lacan21 10 de abril de 2017

Rede de Psicanálise Aplicada

Aliana Santana (NEL-AMP) Quais foram os avanços da Rede de Psicanálise Aplicada até hoje? A Rede de Psicanálise Aplicada – RPA –, como projeto, foi criada pelo bureau da FAPOL no ano passado – 2016 – e está constituída pelas três Escolas da AMP na América (EOL, EBP, NEL), segundo foi informado no Boletim FAPOL Today, já no 6º número, e na revista digital Lacan XXI, já no 3º número. Três responsáveis – um deles, pela Escola – assumiram o compromisso de realizar o que se espera deste novo projeto: Ricardo Seldes (EOL), Marcelo Veras (EBP) e Aliana Santana (NEL)....

lacan21 10 de abril de 2017

Vislumbre do passe em Escritos

Jésus Santiago (EBP) Do meu ponto de vista, no horizonte de Escritos, de Jacques Lacan, aloja-se o psicanalista - ou seja, a questão da passagem de analisante a psicanalista. Para essa postulação, baseio-me, em primeiro lugar, no fato de que, no conjunto dos textos que compõem a obra, não se apresentam casos clínicos propriamente ditos, como ocorre, com frequência, na obra de Freud. Se há casos clínicos referidos nessa obra, eles quase nunca emanam da prática de Lacan. Os casos expostos no livro, extraem-se sempre de relatos elaborados por outros psicanalistas - a saber, Freud, seus alunos e analistas pós-freudianos...

lacan21 10 de abril de 2017

O sentido e o furo

Ronald Portillo (NEL) Paula Husni. EOL - AMP. Titulo: “De plantas, flores y otras hierbas”. Fotografía. Invernadero Santa Teresa. Rocha. Uruguay. A noção de Outro barrado, como significante da falta no tesouro dos significantes, formulado por primeira vez em “Subversão do sujeito e dialética do desejo”, traria consequências transcendentes em diversos aspectos da conceitualização psicanalítica formulada por Jacques Lacan, em particular concernente ao tema da interpretação em psicanálise. Tomemos o seguinte parágrafo de “Subversão do sujeito e dialética do desejo” como ponto de referência para o que queremos argumentar: “Para que não seja vã nossa caçada, a nós, analistas, convém...

lacan21 10 de abril de 2017

A partir do umbral

Alejandra Eidelberg (EOL-AMP) A citação “Queremos, com o percurso de que estes textos são os marcos e com o estilo que seu endereçamento impõe, levar o leitor a uma consequência em que ele precise colocar algo de si.” (Lacan 1998: 11) Assim conclui Lacan a “Abertura dessa coletânea” redigida em 1966 para cumprir a função de prólogo ou prefácio autoral a seus Escritos. O prólogo é um elemento paratextual definido por Gerard Genette (2001) como um umbral que oferece a possibilidade de entrar em um livro ou de abandoná-lo. Zona sem limite preciso entre o dentro e o fora se...

lacan21 10 de abril de 2017