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A SEXUAÇÃO E A IDENTIFICAÇÃO, ENTRE DISCÓRDIAS E CRENÇAS

Susana Carbone. “Passeando em uma bolha”. Acrílico. Irene Kuperwajs*EOL-AMP - Gabriel Racki*EOL-AMP A convocatória das XXVII Jornadas da EOL “A Psicanálise e a Discórdia das Identificações. Vínculos, Crenças e Nomeações” pode ser lida à luz do tema proposto, nesta ocasião, pela Lacan XXI.  A clínica atual nos confronta com novas formas de discórdia entre os sexos e entre identificações sexuais, assim como se evidencia o embrulho nos vínculos entre a sexuação e o estado atual das crenças e nomeações. Nesta diversidade de fios que se atam e se entrecruzam, se potencializam as interrogações: Como as novas formas de sexuação incidem...

lacan21 22 de outubro de 2018

A quarta externalidade na clínica contemporânea

Rosa Basz. “Laços de aço”. EOL-AMP. Rômulo Ferreira da Silva – EBP - AMP Gostaria de avançar em direção ao que Jacques-Alain Miller apontou como a quarta externalidade, a sexual, que o sujeito experimenta na relação com o sentimento de vida. Sobre ela, Miller diz: “Não há vida sexual típica. Vocês poderiam fazer uma lista de certas experiências estranhas na vida sexual...”, e nos orienta em relação ao ‘diagnóstico’ de psicose ordinária: “Busquem simplesmente uma desordem no ponto de junção mais íntimo do ato sexual, pois geralmente a encontramos”. Mesmo que Miller tenha se referido à psicose ordinária ao propor...

lacan21 22 de outubro de 2018

LER LACAN, E “AINDA”

G.A. “Esse mar”. Fotografia. Série mares. Costa Rica 2008. Patricia Tagle Barton - NEL – AMP   “Inclusive a montagem ‘Nome-do-Pai e significação fálica’, que temperava o desejo e o gozo, está agora sujeita a uma severa prova em todos os níveis da civilização, e dá mostra de sua insuficiência. Para falar como Lacan, sua decadência é acompanhada pela ascensão ao zênite social do plus-de-gozar. Parece-me que poderíamos concordar em dizer que a perseguição do gozo, de agora em diante, é uma ideia nova na política” Jacques-Alain Miller De nossos antecedentes: Não foi Freud quem enunciou – temerariamente – lá...

lacan21 22 de outubro de 2018

Sexo: uma escolha

Susana Carbone. Acrílico. Sônia Vicente – EBP-AMP As modificações culturais da contemporaneidade caracterizadas pela queda do falocentrismo, pelo modo atual de uso dos semblantes, aliadas a ascensão dos objetos pela universalização do mercado em conjunção com a ciência, são decisivas na construção da subjetividade de nossa época. O Outro da época de Freud, marcado pela completude, pelo todo, é assim logicamente diferente do Outro que impera na atual globalização, marcado pela lógica do excesso. Esse domínio, Sexo: uma escolha, nos faz pensar não que o significante deixe de afetar o sujeito e que as identificações não fracassem em recobrir o...

lacan21 22 de outubro de 2018

A DISTRIBUIÇÃO SEXUADA NO SEMINÁRIO 20 DE LACAN

Manolo Rodríguez. “No bosque”. Acrílico sobre tela. Silvia Elena Tendlarz - EOL-AMP Lacan aborda as identificações sexuadas no Seminário 20 através das fórmulas da sexuação que tiveram um tempo de desenvolvimento conceitual antes de serem nomeadas como tais. Ele fala, primeiro, de “identificações sexuais” ou “fatos de discurso”, depois de “valores sexuais produzidos pelo discurso”. Em Mais, ainda, debruça-se sobre as “pretendidas identificações sexuais” ou as “definições” possíveis da parte chamada homem e da parte chamada mulher brindadas pela linguagem quando apresenta as fórmulas. Utiliza a expressão “fórmulas quânticas da sexuação” em Os não tolos erram – que implicam uma...

lacan21 22 de outubro de 2018

Turba e turbantes

G. A. Fotografia. EOL- AMP Marcus André Vieira - EBP-AMP I Há algum tempo, uma situação delicada ocorrida no metrô de São Paulo causou intenso debate, rapidamente deixado para trás. Uma moça branca, usando turbante, foi interpelada por outra, de um pequeno grupo de mulheres negras. Seu uso do adereço seria equivocado por ser reivindicado como insígnia de uma história negada, a dos negros no Brasil em sua relação com uma África originária. A resposta da moça foi imediata: usava turbante por estar com câncer e careca por efeito do tratamento. Alguém sofrido, passando por uma doença terrível, precisa de...

lacan21 22 de outubro de 2018

Freud e o gênero fluido

Marcela Pimentel. Fotografia. A Rede da EOL Comentário sobre Algumas consequências psíquicas da diferença anatômica entre os sexos Gustavo A. Zapata M. - NEL-AMP Os primeiros anos da década de 20 foram, para Freud, de revisões e reformulações de seu trabalho prévio, especialmente uma renovação na exploração do continente negro da sexualidade feminina. Havendo encalhado no rochedo da castração que se encontra no final do drama edípico, Freud adianta a tese de que o desenvolvimento sexual continua depois do que chamou de fases pré-genitais. Chega à conclusão de que a anatomia é o destino e se dedica a organizar o...

lacan21 22 de outubro de 2018

VIVA A METÁFORA!

Valeria Erlijman. “Dança”. Fotografia. Série “Álbum de família” Pausa - Ano: 2008 Osvaldo L. Delgado - EOL-AMP “Saber-fazer” e “saber-fazer aí” Interessa-me fazer uma referência ao texto de Byung-Chul Han, A agonia do Eros, especialmente ao capítulo em que ele trabalha a pornografia. A esse respeito, temos que assinalar duas questões muito importantes que Han postula. Uma delas é o conceito de “empresário de si”, que leva à exploração de si mesmo. Podemos coincidir com isto – com o que o discurso capitalista coloca em jogo –, mas com o que não podemos coincidir é que isto anula a luta...

lacan21 22 de outubro de 2018

EDITORIAL - Cristina González de Garroni  - NEL-AMP

Nicolás Bertora. “Par-i-a”. Desenho Digital. Mestrado ICdeBA – UNSAM O nascimento da Psicanálise precipitou-se graças ao interesse que suscitou em Freud, o encontro com as histéricas, que denunciavam, com seus sintomas, um mal estar inerente ao seu lugar como mulheres na sociedade vitoriana, mas, muito especialmente pondo no olho do furacão, a sexualidade como ponto de origem das neuroses, quer dizer, dando à sexualidade, um caráter traumático. Em 1905, com seus “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, Freud revolucionava o mundo propondo uma perspectiva da sexualidade humana que traspassava os limites do biológico, separando a determinação cromossômica da assunção...

lacan21 21 de outubro de 2018

Desejo e satisfação

Adolfo Ruiz Londoño. “Rastros”. Fotografia. NEL-AMP Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros EBP - AMP Ao incondicionado da demanda, o desejo vem substituir a condição “absoluta”: condição que deslinda, com efeito, o que a prova de amor tem de rebelde à satisfação de uma necessidade. O desejo não é, portanto, nem o apetite de satisfação, nem a demanda de amor, mas a diferença que resulta da subtração do primeiro à segunda, o próprio fenômeno de sua fenda (spaltung)”. -  “A significação do falo” pg. 698. Em 1958, em seu escrito “A significação do falo”, Lacan situa o desejo na...

lacan21 4 de maio de 2018

Comentário sobre uma citação da Proposição de 9 de outubro/67

Marcelo Veras. “Janela do Marrocos”. Fotografia. EBP- AMP Gloria María González NEL-AMP A passagem de psicanalisante a psicanalista tem uma porta cuja dobradiça é o resto que constitui a divisão entre eles, porque essa divisão não é outra senão a do sujeito, da qual esse resto é a causa. Nessa reviravolta em que o sujeito vê soçobrar a segurança que extraía da fantasia em que se constituiu, para cada um, sua janela para o real, o que se percebe é que a apreensão do desejo não é outra senão a de um des-ser. (1) Esta citação nos apresenta a imagem...

lacan21 4 de maio de 2018

Para uma ética. Observação sobre o informe de Daniel Lagache

Luis Darío Salamone.“Sem Título”. Fotografia. “EOL- AMP Marcelo Marotta EOL-AMP “Se anuncia uma ética, convertida ao silêncio, pela avenida não do espanto, senão do desejo: e a questão é saber como a via da conversa da psicanálise conduz a ela”. O parágrafo pertence ao último ponto intitulado “Para uma ética” do escrito de Lacan “Observação sobre o informe de Daniel Lagache: Psicanálise e estrutura da personalidade”, editado na Páscoa de 1960. Localizemos rapidamente o contexto do que Lacan vem defendendo e que o conduz a tratar o tema da ética. Ao alcançar sua apresentação do modelo ótico, critica o conceito...

lacan21 4 de maio de 2018

Um novo vetor para a formação do analista

G.A. “1, 2, 3, 4”. Fotografia. EOL- AM P Gerardo Arenas EOL-AMP Chama a atenção a insistência com que se diz que a formação do analista se assenta em um tripé constituído pela sua própria análise, a supervisão de seus tratamentos e a orientação teórica que outros colegas lhe oferecem em pessoa ou através de suas publicações. É verdade que Freud falou desses três pilares, mas ele não afirmou que fossem os únicos, uma vez que no mesmo contexto ele incluiu o mais obvio, isto é, que um analista se forma praticando.(1) De fato, no geral a prática da análise...

lacan21 4 de maio de 2018

O ensino da Psicanálise na universidade

Xóchitl Enríquez. “Sem titulo”. Óleo sobre tela. Analista associada à NEL – Cidade do México. Nieves Soria EOL-AMP     “Como fazer para ensinar aquilo que não se ensina? Eis ai por onde Freud caminhou” (1) O ensino da Psicanálise na Universidade é polêmico em vários aspectos. Em primeiro lugar é posto em questão por vários discursos, particularmente a psicologia cognitiva, que em nome de sua suposta cientificidade questiona a presença de um discurso pretensamente anacrônico – e inclusive, segundo afirmam, demonstrado errôneo – no claustro universitário. Em segundo lugar é posto em questão por alguns colegas em nome da...

lacan21 4 de maio de 2018

Uma interpretação em forma de sonata*

Amanda Dupont. “Sinfonia em Sol Maior.”. Acrílico 100 x 120 cm - 2012. Susana Strozzi NEL-AMP Advertência A forma escolhida para esse texto insistiu, desde o começo, na referência musical – aquela em que, precisamente, não tenho nenhuma formação. Mesmo assim, a escritura se organiza com a insistência e algo se adianta a sua própria formulação. Será a Sonata do desejo, das vias insondáveis, daquilo que não se deixa capturar e que tampouco se pode trair... Considerando os quatro movimentos clássicos, percebo que, ao fim e ao cabo, é o primeiro que se constrói: o Allegro. É dele que saem...

lacan21 4 de maio de 2018

A psicanálise na universidade: para além da carniça.

G. A. “Em tramado”. Fotografia. EOL- AMP Claudia Henschel de Lima (1) EBP-AMP Eu conheci a psicanálise em um ambiente adverso a democracia. Era o início dos anos de 1980, antes da abertura política do país, e a psicanálise era a coisa mais segura e regular no ensino da Universidade - em um ambiente em que desconhecíamos quem era professor e quem era interventor federal. Há 29 anos sou docente da área de psicanálise no ensino superior. Destes 29 anos, somente há oito anos ingressei na Universidade pública. Sou professora da Universidade Federal Fluminense, do campus de interiorização construído pelo...

lacan21 4 de maio de 2018