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Toques de ressonâncias do VIII ENAPOL sobre a EBP


lacan21 - 22 de outubro de 2017 - 0 comments

Alejandro Bilbao. UBA. “Distancia”. Acrílico sobre tela.

Alejandro Bilbao. UBA. “Distância”. Acrílico sobre tela.

Fernando Coutinho Barros – EBP – AMP

Para todos nós do Campo freudiano, o VIII ENAPOL foi bem além de ser mais um de uma série que já se faz esperada não somente pelos membros da EBP,  seus aderentes e correspondentes, mas também pelos alunos dos nossos institutos e pelo grande número de colegas de outras instituições psicanalíticas, que embora não tendo uma inscrição oficial em nosso Campo, participam com entusiasmo de nossas atividades, muitos deles, inclusive, servindo-se dessa frequentação como porta de entrada para um posterior ingresso à nossa formação, como membro.

A família, com suas histórias, objeto central da psicanálise desde o momento de sua fundação, eixo central das pesquisas de seu criador, foi abordada nos seus mais diversos aspectos, seguindo a orientação de Lacan.

Desde uma nova leitura dos “Complexos familiares” até à do seu ultimíssimo ensino, foi abordada por colegas que como sabemos se situam nos mais diversos momentos de suas formações de analistas, sendo essa, aliás, a grande originalidade desse megaevento, além de ser também seu maior mérito, acolher produções (individuais ou realizadas em grupo) nos mais diversos níveis epistêmicos.

Apesar da grande diversidade de abordagens, uma ideia central prevaleceu: a origem da família foi deslocada do triangulo edípico em que estivera desde Freud (pai, mãe, criança) para um outro triângulo (Nome do pai, Desejo da mãe, objeto a).

Intimidade, segredos e mentiras, novas configurações dos laços amorosos, avanços da ciência, etc., diversos são os elementos que circulam em torno de um grande furo central, um grande vazio central, comum a todos nós, sujeitos ou falasseres.  Formações do inconsciente (freudiano) invenções e suplências, fatores humanos com a finalidade de abordar esse grande furo central da não relação sexual, do impossível a dizer, do real.

O saldo foi bastante produtivo, pois todos saíram enriquecidos desses dois dias de trabalho intenso. A EBP cresce, em sintonia com a “subjetividade do seu tempo” preparando-se para enfrentar os desafios da contemporaneidade, dos avanços da ciência, mas também do perverso matrimônio dela com o Mestre capitalista que nos ameaça.

O papel da EBP, dos Institutos do campo freudiano e da FAPOL (como instância ou elemento centralizador), tem sido fundamental, não somente como garantidor da prática da psicanálise tal como nos foi transmitida por Freud e ensinada por Lacan, mas como assegurador do seu progresso.

Infelizmente não foi possível contarmos com a presença do Presidente da AMP, Miquel Bassols, que por uma contingência de ordem familiar não pode vir a Buenos Aires, mas, generosamente e graças aos avanços da tecnologia de nossos dias, nos enviou um vídeo com uma brilhante conferência que muito nos ensinou.

Concluído o VIII ENAPOL, a ordem agora é começarmos o mais breve possível a preparar o IX.