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2018 Volume 2


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Intersexualidade, a anatomia é o destino?

Irene Accarini. Série “Corpos dobráveis”. Img C. Gardos. EOL-AMP Nestor Yellati - AME, EOL-AMP O transexualismo coloca uma situação limite no que se refere à posição sexuada do falasser: o sujeito assume seu sexo em oposição a sua realidade anatômica. Isso pode levar a modificá-la mediante diversos meios, desde hormonais até cirúrgicos, nos casos extremos. O intersexualismo é uma anatomia considerada patológica, o que, ao menos em parte dos casos, impede a assunção plena de uma posição, obrigando a recorrer à intervenção médica, seja esta cirúrgica ou de outra índole. Na época do “Outro que não existe”, o transexual recorre...

lacan21 22 de outubro de 2018

Sexo e sexuação

G.A. Fotografia. Série Vegas. EOL-AMP Ronald Portillo - NEL-AMP   “Extrai-se a conclusão de que aquilo que constitui a masculinidade ou a feminilidade é um caráter desconhecido que a anatomia não pode apreender” Sigmund Freud. Freud e a castração Freud sempre teve presente que, em relação à sexualidade, encontrava-se algo situado mais além da aparência do biológico. Já desde o ano 1924, a partir de seu artigo “O declínio do Complexo de Édipo”, deu a conhecer sua opinião: o sexo a ser assumido pelo menino ou pela menina é o resultado do Complexo de Édipo e seu pivô, o Complexo...

lacan21 22 de outubro de 2018

TRANSMATERNIDADE GAY?

Luis Darío Salamone. “Sem título”. Fotografia. EOL-AMP Marcela Almanza - NEL-AMP O tema das próximas Jornadas da NEL - Que mães hoje? Vicissitudes na experiência analítica - nos conduz a introduzir a questão do materno e do “ser mãe” a partir das perguntas que a prática analítica mesma nos vai colocando desde as análises que conduzimos, não sem deixar de contemplar que nossa prática se insere nas particularidades de uma época que assinala mudanças profundas na família em nível de sua estrutura, componentes e estilos de vida, ali onde o império do pai declina e a ascensão da maternidade contemporânea...

lacan21 22 de outubro de 2018

O lugar do falo na sexuação

Marcela Pimentel. Fotografia. Série BCN. A Rede da EOL Angela C. Bernardes - EBP - AMP Uma das entradas possíveis no instigante tema do XXII Encontro Brasileiro do Campo Freudiano “A queda do falocentrismo: consequências para psicanálise” é, justamente, pela questão da sexuação tal como proposta no título deste número da Revista da Fapol: “Sexuação, identificações e gênero”. Oriunda da distinção entre gênero e sexo, lançada no final dos anos ’50 pelos ensaios teórico-clínicos de Robert Stoller, a questão do gênero tem sido tratada por uma série de estudos psicossociológicos que opõem sexo (biológico) e gênero (culturalmente assumido). Fato é...

lacan21 22 de outubro de 2018

A SEXUAÇÃO E A IDENTIFICAÇÃO, ENTRE DISCÓRDIAS E CRENÇAS

Susana Carbone. “Passeando em uma bolha”. Acrílico. Irene Kuperwajs*EOL-AMP - Gabriel Racki*EOL-AMP A convocatória das XXVII Jornadas da EOL “A Psicanálise e a Discórdia das Identificações. Vínculos, Crenças e Nomeações” pode ser lida à luz do tema proposto, nesta ocasião, pela Lacan XXI.  A clínica atual nos confronta com novas formas de discórdia entre os sexos e entre identificações sexuais, assim como se evidencia o embrulho nos vínculos entre a sexuação e o estado atual das crenças e nomeações. Nesta diversidade de fios que se atam e se entrecruzam, se potencializam as interrogações: Como as novas formas de sexuação incidem...

lacan21 22 de outubro de 2018

A quarta externalidade na clínica contemporânea

Rosa Basz. “Laços de aço”. EOL-AMP. Rômulo Ferreira da Silva – EBP - AMP Gostaria de avançar em direção ao que Jacques-Alain Miller apontou como a quarta externalidade, a sexual, que o sujeito experimenta na relação com o sentimento de vida. Sobre ela, Miller diz: “Não há vida sexual típica. Vocês poderiam fazer uma lista de certas experiências estranhas na vida sexual...”, e nos orienta em relação ao ‘diagnóstico’ de psicose ordinária: “Busquem simplesmente uma desordem no ponto de junção mais íntimo do ato sexual, pois geralmente a encontramos”. Mesmo que Miller tenha se referido à psicose ordinária ao propor...

lacan21 22 de outubro de 2018

LER LACAN, E “AINDA”

G.A. “Esse mar”. Fotografia. Série mares. Costa Rica 2008. Patricia Tagle Barton - NEL – AMP   “Inclusive a montagem ‘Nome-do-Pai e significação fálica’, que temperava o desejo e o gozo, está agora sujeita a uma severa prova em todos os níveis da civilização, e dá mostra de sua insuficiência. Para falar como Lacan, sua decadência é acompanhada pela ascensão ao zênite social do plus-de-gozar. Parece-me que poderíamos concordar em dizer que a perseguição do gozo, de agora em diante, é uma ideia nova na política” Jacques-Alain Miller De nossos antecedentes: Não foi Freud quem enunciou – temerariamente – lá...

lacan21 22 de outubro de 2018

Sexo: uma escolha

Susana Carbone. Acrílico. Sônia Vicente – EBP-AMP As modificações culturais da contemporaneidade caracterizadas pela queda do falocentrismo, pelo modo atual de uso dos semblantes, aliadas a ascensão dos objetos pela universalização do mercado em conjunção com a ciência, são decisivas na construção da subjetividade de nossa época. O Outro da época de Freud, marcado pela completude, pelo todo, é assim logicamente diferente do Outro que impera na atual globalização, marcado pela lógica do excesso. Esse domínio, Sexo: uma escolha, nos faz pensar não que o significante deixe de afetar o sujeito e que as identificações não fracassem em recobrir o...

lacan21 22 de outubro de 2018

A DISTRIBUIÇÃO SEXUADA NO SEMINÁRIO 20 DE LACAN

Manolo Rodríguez. “No bosque”. Acrílico sobre tela. Silvia Elena Tendlarz - EOL-AMP Lacan aborda as identificações sexuadas no Seminário 20 através das fórmulas da sexuação que tiveram um tempo de desenvolvimento conceitual antes de serem nomeadas como tais. Ele fala, primeiro, de “identificações sexuais” ou “fatos de discurso”, depois de “valores sexuais produzidos pelo discurso”. Em Mais, ainda, debruça-se sobre as “pretendidas identificações sexuais” ou as “definições” possíveis da parte chamada homem e da parte chamada mulher brindadas pela linguagem quando apresenta as fórmulas. Utiliza a expressão “fórmulas quânticas da sexuação” em Os não tolos erram – que implicam uma...

lacan21 22 de outubro de 2018

Turba e turbantes

G. A. Fotografia. EOL- AMP Marcus André Vieira - EBP-AMP I Há algum tempo, uma situação delicada ocorrida no metrô de São Paulo causou intenso debate, rapidamente deixado para trás. Uma moça branca, usando turbante, foi interpelada por outra, de um pequeno grupo de mulheres negras. Seu uso do adereço seria equivocado por ser reivindicado como insígnia de uma história negada, a dos negros no Brasil em sua relação com uma África originária. A resposta da moça foi imediata: usava turbante por estar com câncer e careca por efeito do tratamento. Alguém sofrido, passando por uma doença terrível, precisa de...

lacan21 22 de outubro de 2018

Freud e o gênero fluido

Marcela Pimentel. Fotografia. A Rede da EOL Comentário sobre Algumas consequências psíquicas da diferença anatômica entre os sexos Gustavo A. Zapata M. - NEL-AMP Os primeiros anos da década de 20 foram, para Freud, de revisões e reformulações de seu trabalho prévio, especialmente uma renovação na exploração do continente negro da sexualidade feminina. Havendo encalhado no rochedo da castração que se encontra no final do drama edípico, Freud adianta a tese de que o desenvolvimento sexual continua depois do que chamou de fases pré-genitais. Chega à conclusão de que a anatomia é o destino e se dedica a organizar o...

lacan21 22 de outubro de 2018

VIVA A METÁFORA!

Valeria Erlijman. “Dança”. Fotografia. Série “Álbum de família” Pausa - Ano: 2008 Osvaldo L. Delgado - EOL-AMP “Saber-fazer” e “saber-fazer aí” Interessa-me fazer uma referência ao texto de Byung-Chul Han, A agonia do Eros, especialmente ao capítulo em que ele trabalha a pornografia. A esse respeito, temos que assinalar duas questões muito importantes que Han postula. Uma delas é o conceito de “empresário de si”, que leva à exploração de si mesmo. Podemos coincidir com isto – com o que o discurso capitalista coloca em jogo –, mas com o que não podemos coincidir é que isto anula a luta...

lacan21 22 de outubro de 2018

EDITORIAL - Cristina González de Garroni  - NEL-AMP

Nicolás Bertora. “Par-i-a”. Desenho Digital. Mestrado ICdeBA – UNSAM O nascimento da Psicanálise precipitou-se graças ao interesse que suscitou em Freud, o encontro com as histéricas, que denunciavam, com seus sintomas, um mal estar inerente ao seu lugar como mulheres na sociedade vitoriana, mas, muito especialmente pondo no olho do furacão, a sexualidade como ponto de origem das neuroses, quer dizer, dando à sexualidade, um caráter traumático. Em 1905, com seus “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, Freud revolucionava o mundo propondo uma perspectiva da sexualidade humana que traspassava os limites do biológico, separando a determinação cromossômica da assunção...

lacan21 21 de outubro de 2018